domingo, 29 de março de 2009

My name is Bond, Lame Bond...

Estou revoltado. Têm coisas na vida que a gente dá por assumido: A morte, os impostos, políticos corruptos, infidelidade masculina... todos fatos da vida que eventualmente nos atingirão. É a vida. Não vai mudar.

Acontece que um desses fatos era, claro, filmes do agente 007, James Bond. Você sabe que eventualmente sairá um novo filme do Bond. E que alegria: Vilões cartunescos (sempre estrangeiros, claro, pois eles devem ter um sotaque exótico), Bond girls (uma boa, uma má, sendo esta última fadada à morte), trocadilhos infames e, claro, a clássica "Dry martini shaken, not stirred" ("Martini seco agitado, não batido"). Podiam não ter uma ótima trama, mas eram cheias de gente bonita e momentos alucinantes. Até que tudo acabou.

O primeiro filme da "nova geração" de Bond, "Cassino Royale", introduziu um novo ator e, de certa maneira, agitou a fórmula. O filme agora se leva mais a sério, com momentos dramáticos e um Bond que é toturado psicologicamente (e fisicamente também, em partes... sensíveis) por todos lados. Até que não foi ruim. As mulheres foram um desastre, sendo que a mais bonita das duas durou uns dois segundos (e nenhua delas era "má") , mas no todo, não foi ruim. E eu fiquei bastante empolgado com a continuação, "Quantum of Solace".

Oh, Deus! Todo traço dos bons e velhos filmes se esvaiu no ar. A começar pela trama, que é uma direta continuação do filme anterior, e se desenvolve de uma maneira mais convulta e retorcida que uma árvore do sertão. Se você entendeu 15% do filme seu Q.I. deve ser maior do que 140, porque eu já vi duas vezes e ainda há coisas que não consigo entender como se relacionam umas com as outras. De novo Bond Girls não só desconhecidas, como feias, sendo que a mais linda novamente dura pouco, e sofre um destino tão horrível como sua predecessora de Cassino Royale.

E Bond. Oh, Bond é um caso aparte. Ele ainda não esqueceu o amor de sua vida do filme anteiror (se você pensar bem, eles passaram menos de um dia juntos em Cassino Royale, o que já é suficiente para eles terem se apaixonado além dos limites mortais), e está cada vez mais sensível (leia-se chato). O fato de o ator (Daniel Craig) já ter naturalmente uma cara de tacho não ajuda em nada.

O filme já não é mais engraçado ou empolgante. É dramático e entediante. Como disse meu pai, "se eu quiser ver um filme de espionagem mesmo, eu não assisto 007". Ou seja, não só se perdeu a personalidade da série, como nem sequer se evoluiu a um estágio sério. Ficou numa espécie de limbo intermediário que, sinceramente, é um saco.

E parece que vai continuar. De novo, a história ficou inconclusa. O que vem depois não quero nem saber. Vou alugar os quatro filmes da fase Pierce Brosnam (na minha humilde opinião, a melhor do espião) e relembrar os bons tempos.

domingo, 22 de março de 2009

Sobre cabeças e ressacas

Hoje acordei de ressaca. "Pois é, a festa ontem foi boa", diriam alguns, sem perceber que, se você está mesmo de ressaca, a festa não foi boa, você não tinha nada mais a fazer senão beber, e ainda por cima a bebida não era grande coisa (leia-se: Sua capacidade embriagante era sua maior qualidade).

Fazer o quê. Mas eu descobri que algo bom saiu dessa dor de cabeça e quase-náusea: Eu comecei a ler um texto da faculdade (por segunda vez, já que a primeira, alguns dias atrás, viu meus olhos percorrerem as linhas enquanto minha mente planejava uma boa campanha publicitária para o meu livro) e percebi que não só estava entendendo tudo com clareza, mas estava gostando do texto. E mais: Eu queria saber como continuava.

Como se explica isto? Será que a vergonha das poucas coisas que lembro da noite anterior e a vontade de não ter dor de cabeça (porque comigo é assim: se eu não quero ficar doente, não fico) forçaram meu cérebro a ligar o modo estúdio e achar o texto interessante?

Lamentávelmente, o efeito passou. Páginas depois, enquanto meus ohos continuavam a percorrer fielmente as linhas, minha cabeça começou a pensar em importações de quadrinhos e conversões de valores em dólares para reais. E aí que me acertou: A ressaca era só uma desculpa. Na verdade, eu tava prestando atenção por que sim, sem razão nenhuma. Mas quando o tempo começa a passar, a cabeça não aguenta e se liberta, voando como um pássaro migrante para os confins mais felizes da Terra. Isso, ou eu tenho que ir na cozinha, beber um copo de vinho e voltar a ler.

A solução que encontrei foi a seguinte: Fiz um pacto com meu cérebro. Eu dividi o texto em partes, e depois de ler uma, leio alguma coisa no computador que eu ache incondicionalmente atraente (e não estou falando disso, seu pervertido, que eu sou um garoto de família). Acho que funciona, pelo menos por agora. Mas cuidado! Essa solução não é universal. Em coisas como vestibular, sermão de missa (sermão de pai também), julgamentos, revisões de matéria minutos antes da prova, negociações de altas sumas de dinheiro e entrevistas de trabalho ela não só é inviável, também pode criar situações embaraçosas ("O senhor se importa de me dizer suas qualificações ao invés de ler minha Marie Claire?").

Claro, o truque só é necessário para mentes dominadoras como a minha, que geralmente possuem uma vontade bastante diferente daquela que os seus donos têm. Olha onde eu tive que chegar: Negociações com meu próprio cérebro. Mas talvez eu mereça; afinal de contas, eu sobrecarreguei o coitado com uma substância bastante prejudicial ontem à noite. A sua rebeldia é, portanto, justificada.

"Que lição posso tirar de tudo isto?", você deve estar se perguntando. Bom, isso depende de você. Você: (a) Faz o que quer? (b) Faz o que os outros querem? ou (c)Não faz nada?. Se você respondeu (a), não há nenhuma lição a ser tirada. Fique bêbado, acorde de ressaca, leia o texto e ponto cabou. Já se você respondeu (b), pode tentar a minha solução: agrade seu cérebro para que ele o obedeça depois. Éé chato, eu sei, mas vocês vão ficar juntos a vida inteira. Já se você disse (c), você nem lendo este texto está, então...

Ah!, e lembrem: Se alguém diz "começa às 22:00" provávelmente comece às 23:00, e se alguém diz "frozen" provávelmente queira dizer "refresco com àlcool etílico que não tivemos tempo de congelar, mas se você é dos que bebem frozen não vai se importar mesmo". Estas e outras lições de vida muito importantes eu aprendi ontem, e usarei sabiamente pelo resto da minha graduação.

domingo, 15 de março de 2009

É o começo do fim!

Vou ser sincero com vocês desde agora, para que depois não haja surpresas ou confusões: Sou uma pessoa impulsiva. Faço bobagens das quais depois me arrependo tanto que me sinto tentado a imitar a técnica milenar do avestruz: Enfiar a cabeça na terra. Ou pior, me engajo em projetos que dos quais depois sinto tanta preguiça que não tenho outra opção senão deixar para trás como quem deixa um quebra cabeça depois de ter encaixado duas míseras peças. Mas sou assim.

Se fosse contar (ou tentar, aliás, porque conseguir um número exato é loucura) as vezes que começei um blog, pereberia que, mais ou menos, 50% dos sites já criados na esfera virtual são blogs meus, esquecidos e algumas vezes agraciados com a deletação (pois é, o substantivo do verbo "deletar", conhece não?). O único que durou, até agora, é um que não criei sozinho, daí sua vida de mais de dois dias.

Mas agora tudo isso acabou. Chega. Ces't fini. Este blog chegou para ficar, e única razão para isso é você. Pois é, você, que agora mesmo está correndo os olhos por estas singelas linhas, não pode deixar de ler e comentar todos e cada um dos textos que forem postados neste blog. Por que senão, sem sombra de dúvida (e nunca entendi por que uma dúvida teria sombra, afinal de contas nem corpo tem), este blog vai se estiguir e ninguém além de você, seu egoísta analfabeto, terá a culpa. Por acaso eu vou ficar escrevendo para o éter? Para ocupar o servidor do Blogger? Não, eu estou escrevendo porque sinto que tenho algo a dizer e você, caro, vai escutar tudo. Sem reclamar. Achando bom.

Agora que estamos combinados, deixe-me dizer: Bem vindo! E sinta-se confortável! É o começo do fim, e você não tem nenhum outro lugar onde estar!