terça-feira, 21 de abril de 2009

My preciousss!

Ontem assisit a um filme chamado "Os delírios consumistas de Becky" (acho, talvez o nome não fosse exatamente esse). Eu não estava lá muito empolgado, mas acabei gostando. Pelo menos me fez rir algumas vezes, e me diverti (em alguns momentos, reflexões filosóficas na arte podem ser deixados de lado).

Depois, há menos de uma hora atrás, eu assiti Gossip Girl. Pois é, pode tirar esse olhar do rosto, porque tudo mundo assiste. É o novo The O.C., só que sem as lésbicas e com gente bonita (ah, e divertido). E, juntando o filme e o seriado, comecei a chegar a uma conclusão: Qual é a das mulheres com as roupas?

Não passa uma cena em qualquer coisa feita para mulheres sem que alguém esteja vestindo algo que será comentado por outra personagem. E é incrível como as mulheres conseguem ver características nas peças que para mim são completamente inexistentes. Por exemplo, hoje em GG, uma mulher pegou uma sandália preta com umas faixas verdes e disse "Quem disse que isto não é arte?". Para mim, era um sapato. E não muito bonito. Sapatos, é verdade, parecem ser o ponto fraco, podendo causar orgasmos espontâneos ao se entrar numa loja. Mas isso acontece o tempo inteiro com outras peças: "Este vestido é tão... verão na praia. E sabe, com aquele colar do Natal retrassado?" (aí, a moça desmaia, porque a combinação é simplesmente muito perfeita - ou mara).

Me lembra os enólogos, que conseguem achar gostos no vinho que não deveriam estar alí para começar: "Reparem nas notas de frutas tropicais... e alguns conseguirão sentir também aquele deixo de orégano no final". O vinho é, lembro a todos, feito de uva. Não há lá muitos gostos que ele possa ter. Com a roupa é a mesma coisa (e, claro, também com esmaltes e penteados, mas isso daria um outro post inteiro).

Não que eu não ache roupa bonita. Eu leio GQ, afinal de contas. Gosto de me vestir bem. De usar peças que combinem. Mas tem horas que parece extrapolação. E nessas horas, lembro da frase que Keyra Knightley respondia seu marido em A Duquessa quando este lhe perguntava por que as roupas femininas era tão complexas: "Vocês, homens, tem seus cachorros e suas ocupações para se expressar. Nós temos nossas roupas". Nó século XIX, ainda vai. Mas hoje em dia?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Minhas mais sinceras desculpas

Pronto. Está resolvido. Não precisa procurar mais: O culpado já foi achado e medidas estão sendo tomadas. Tanto assim que eu agora escrevo na clandestinidade, desde um local que não posso revelar pela minha própria segurança. Afinal de contas, eu sou um louro de olhos azuis.

Eu juro que não queriamos fazer nada grave. Sabe como é que é. Um dia um dos meus amigos loiros me chamou prum canto, falando baixinho, e me ofereceu uma baita oportunidade. Eu ia enriquecer rápido, ninguém ia sair ferido. Só tinha uma condição: Ser louro de olhos azuis. Eu fiz o que todo louro de olhos azuis faria: Aceitei na hora, claro.

E por um tempo até que deu certo, sabe? Todo mês eu recebia, sempre cada vez mais, e ao meu redor tudo continuava igual. Por que eu ia me preocupar? Era uma boa época para ser louro de olhos azuis.

Mas de repente tudo acabou. De repente mesmo. De um dia pra outro o dinheiro parou de chegar, as pessoas começaram a quebrar e alguém gritou "crise!". E eu? Eu fiz o que qualquer outro louro de olhos azuis faria (e fez): Fingi que não era comigo e entrei no barco com o resto.

E por um tempo até que deu certo, sabe? O povo chorava, reclamava, mas ninguém nos culpava. Nós eramos vítimas também. Sofríamos do mesmo jeito, e niguém precisava saber da nossa culpa.

Mas de repente tudo acabou. Um homem muito esperto chegou à verdade: A culpa da crise era nossa. Não posso descrever minha sensação quando a verdade saiu à tona. Estava tão assustado e desorientado... Fiz o que todo louro de olhos azuis faria: Fugi. Fiz as malas, beijei meus parentes e parti, para um lugar onde niguém fosse reparar em mim...

E aqui estou. Congelado, meus dedos machucados pelo frio, tudo por ter entrado nesse esquema idiota. Fazer o quê, é louro de olhos azuis mesmo...

P.S.: Se quiser apontar características do culpado, olhe pra seu comportamento, não seu físico, viu, senhor muito esperto?